quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Magia


Sobre as nossas cabeças deitadas na escuridão as estrelas fluorescentes do teito hipnotizam o nosso diálogo.

-Mamá, Papá Noel nom vai morrer...

-Nao, claro que nao...

-E por qué nao morre?

-Pois porque é mágico!

-Claro, é mágico!

Com a levidade da evidencia.

-E os Reis Magos? Eles vam morrer?

-Os Reis? Não, claro que não, também som mágicos.

-Também são mágicos...

E então a armadilha:

- E mamá... nós somos mágicos?

-... Não, nós não somos mágicos...

- Joooder!

-Nico! Isso não se diz!

E puxa a sua voz para dentro de um parêntese improvisado:

-O quê se pode dizer, mamá?

-Podes dizer: Jolín

-Joooolín!!

Mas eu fico a saber que, apenas desde a altura desprezível dos seus três anos, ele intui a crueldade de termos fim.

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