-Mamá, mamá... uma bolacha de chocolate, apenas umha, dá-me uma só, uma pequenina...
No lume ferve a pasta quase a ponto para o jantar. A molho de tomate e ourego perfuma a cozinha.
-Mas Nico, escuta, vamos comer agora. Tomas a bolacha depois.
-Nao! eu quero agora! uma pequenina, apenas uma!
-Nico, vamos comer agora...
Há uma brincadeira de olhares, uma guerra familiar e quotidiana que nunca tem vencedor definido e percorre o caminho perigoso do reto e o carinho.
-Olha, mamá... penso que te está a fazer falta uma palavra...
-O quê?
-Penso que te está a fazer falta uma palavra...
Espero torpemente na sorpresa admitindo a sua vantagem.
-Qué palavra, Nicolás?
E com a cabeça ladeada, abrindo já o paquete de bolachas e com um sorriso de estocada a fondo, sabendo-se vencedor:
-”Por favor”!... por favor, mamá, posso tomar uma bolacha de chocolate?
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