terça-feira, 18 de maio de 2010

Consciência.

Demos um longo passeio em bicicleta. A tarde era preciosa e na praça havia festa e féria. Todo o mundo tinha saído à rua depois de semanas de chuva e frio. O pequeno Nicolás e mais eu sentamo-nos ao sol e pedimos madalenas e duas garrafas de água. Entao veu a mulher, cansada, o sorriso queimado nos lábios. Deixou as águas e as madalenas sem olhar para nós.
-Está mui cansada- disse o Nicolás.
-Está- confirmei-lhe.
Fui pagar dentro para evitar uma viagem. Nao evitei perguntar-lhe, mais por tentar um respiro que por curiosidade. Com efeito, ela estava lá desde a manhá. Aguentara sozinha no bar o dia feriado.
Ao voltar para a mesa, contei-lhe ao Nicolás: Está cansada, sim, porque leva a trabalhar todo o dia e houve muitas pessoas a servir.
-E nao pode descansar um bocadinho?
-Ainda nao, Nico, porque ainda há pessoas na cafetaria.
-A sua chefa é uma tonta- Sentenciou com a boca cheia de bolo. No seu olhar havia essa rebento miúdo da consciência.

4 comentários:

  1. A consciencia nace pequerrecha. Logo, ben alimentada, nin que sexa a madalenas servidas por unha camareira cansada, pode ir medrando.

    ResponderExcluir
  2. O importante, certamente, é este rebento, depois... demos tempo.

    ResponderExcluir
  3. Será difícil domarlo, me temo. Y, sin embargo, es tan dulcemente doméstico... No la perderá... no...

    ResponderExcluir