Caminhávamos recebendo as últimas luzes da tarde. Falávamos dos pássaros e dos amigos. O Nicolás apanhava flores para a namoradinha, para fazer um ramalhete que levar à escola. E foi então quando daquele portão saiu o cão enorme a ladrar com os dentes para fora. Ladrava com ódio e raiva e seguia os nossos passos sem se achegar. Eu acelerei a marcha pelo medo, mas o homenzinho de cinco anos encarou o bicho e levantando a voz e as flores no punho, berrou:
-Eh tu, cão! que eu também sei ladrar!!!
E lá ficou o animal guardando a casa enquanto nós ríamos às carreiras caminho adiante.
José Luís Peixoto na Feira do Livro de Miami, 2024
Há uma semana
Mi héroe!
ResponderExcluirE o meu!
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