domingo, 7 de fevereiro de 2010

Raciocínio e honra

Merendamos numa cafeteria um chocolate com churros. Sozinhos. Em silêncio. O pequeno Nicolás está a pensar qualquer coisa. Percebo a sua seriedade e o seu olhar um bocado longe. O chocolate desenha o canto dos seus lábios, como um palhaço triste. Então pega numa certeza:
-Olha mamai, vou dizer à Evellym que o Capitão do Titanic não foi para o céu. Está no fundo do mar porque ninguém o pode levar dum lugar tão profundo.
Demoro um instante mínimo em chegar ao seu pensamento.
-Mas olha, Nico, o que sobe ao céu é apenas a alma. O corpo está no fundo do mar, mas a sua alma pode estar no céu porque era muito bom e tentou salvar a muitas pessoas...
-Não- está decidido- Está no fundo do mar. Ninguém pode levar de ali ao Capitão.
O avô contou-lhe esta tarde, que os capitães nunca abandonam o barco. Ainda que afundam, ainda que afoguem. A sua obriga é ficar no barco por cima do medo, em pé sobre a honra e o dever.
A pequena Evellym também vai compreender.

2 comentários:

  1. Y digo yo, qué más dará eso de donde esté el alma. Porque siempre estamos con lo de arriba-abajo, norte-sur, derecha-izquierda...como si todo eso no variara completamente si cambias la perspectiva. ole Nico, lo importante es estar donde hay que estar!
    Bjs

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  2. Pues te daré la razón, una vez más!

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