Hoje, a tarde que calhou tinha mais uma vez vontade de primavera. Havia esforço na luz que sorteava as raras nuvens. Havia um ar de estréia e havia, mais que qualquer outra coisa, andorinhas no Rosadoiro. O dia primeiro do ano, já falei, observei alguns “aviões” esvoaçando sozinhos e fiquei surpreendida, mas esta tarde um bando delas desenhavam no céu azul, quase limpo, as sua pequena caligrafia de caneta, como Maio.
Hoje, antes de saber que a primavera ia deixar recados nas janelas, chegou-me um e-mail saudoso e triste, doce e entranhável como um abraço. Alguém que, longe desta luz, falava da chuva “gotejando pelas vidraças como lágrimas”.
Mas nem em toda a parte é sempre chuva, nem em toda a parte é sempre dor. Por isso falo da tarde que hoje ficou azul e do carinho imenso que senti por esses olhos que viam chover. Tão perto.
Beijinhos.
José Luís Peixoto na Feira do Livro de Miami, 2024
Há uma semana
Esta tarde el sol rompía las nubes y hacía saltar de alegría al campo.
ResponderExcluirBjs
Jo! lo has dicho todo en una línea! Eres una artista! Justamente era eso!
ResponderExcluirNo se como lo haces. Nos pones a todos en la mirada melancólica del que veía llover.
ResponderExcluirBises
Qué bien que estés ahí, Marc! Es qeu esa melancolía la tenemos todos, solo la toco y resuena, como las copas de cristal, sabes?
ResponderExcluirbjs.