Também não acredito no final do ano, mas gosto de deixar-me contagiar das emoções e ser arrastada pela alegria. Este ano foi duro, mesmo muito duro. Mas sempre da vida tiramos aprendizados e agora sei que para conseguir algo importante é preciso, às vezes, deixar a pele na tentativa. Os vincos arredor dos olhos, arredor dos lábios, testemunham a luta.
Da dor nasceu Pedro Cabo, que continuará escrevendo em certos dias de infernia poemas nos que aparecem cães molhados e doloridos e noites de chuva com árvores peladas a bater nos vidros.
O mais importante é ter aprendido a respirar com a alma, que é como dei em chamar, finalmente, a esta sensação que expande o espírito quando compreendemos, por um instante, o afortunados que somos. Quando nos emociona ver um bando de aves brilhando ao sol no amanhecer ou se nos crava um olhar, uma palavra, no coração, como um beijo.
Saber agradecer a fortuna de sermos mentes passamos uma vassoira pelo chão da cozinha. Esta frase é quase críptica mas eu sei de que falo.
Em quanto escrevo, agora, visto um pulôver que teceu minha mãe quando eu tinha dezesseis anos. Tem todas as cores do arco Iris e os dedos das suas mãos em cada ponto.
Feliz Ano 2010.
José Luís Peixoto na Feira do Livro de Miami, 2024
Há uma semana
Ter aprendido a respirar coa alma! Qué bien expresado!!!
ResponderExcluirOjalá que pronto siga escribiendo Pedro Cabo...
Feliz ano.
Beijinhos