O pequeno Nicolás lê:
"En 1969 dos astronautas, Neil Armstrong y Buzz Aldrin, pisaron por primera vez la Luna. Y no olvidaron dejar claro de qué país venían..."
Para a leitura e observa a ilustração do livro: Astronauta, nave e bandeira.
-Como?- pergunta.
Eu sinalo a bandeira que ficou lá na Lua desde aquela visita.
-Levaram uma bandeira?
-Levaram, sim.
-Para sempre??
E a sua voz tem um sabor de indignação que me supreende.
-Pois sim, fica lá para sempre...
-Mas por qué o ser humano tem de andar sujando todo sempre por aí. Podem conta-lo nos livros e já fica para sempre e já o sabemos todos.. mas na Lua.. para sempre...
Eu fico calada e olho para o desenho como se nunca o vira. Não posso deixar uma resposta na mão airada do NIcolás que sinala a página. Nem devolver o sossego aos seus olhinhos zangados. Nunca reparei, até hoje, nessa falta de respeito e de elegância.
José Luís Peixoto na Feira do Livro de Miami, 2024
Há uma semana
(Pois eu pensei muitas vezes assim como o Nico pensou. E ainda lhe faltou dizer "para todo o sempre".
ResponderExcluirPois é! Eu nunca pensei, não... Admiro o vosso espírito crítico! Beijinhos.
ResponderExcluirPues a mi me paso lo mismo, la verdad, no me lo invento. Recuerdo ver en una tele esa imagen ese día en casa de mi mejor amigo.
ResponderExcluirBjs