Perto das quatro da madrugada. Na penumbra do quarto sinto um olhar e acordo. O rosto do Nicolás está muito perto e sorri sem dizer nada, de pé junto à cama.
-Nicolás, digo assustada, tás doentinho, que tens?
E sem deixar cair o sorriso acaricia-me com a sua mão pequenina e quente e diz apenas:
-Queria ver-te.
A sua voz baixa leva-me fora do sono e vamos para o seu quarto. Em silêncio porque todos dormem. Deito-o de novo e então pede, cheio de ternura:
-Mamai, canta-me para que adormeça...
E eu canto, quase apenas recito:
-“Si me acaricias la cara tengo que darte um beso...”
E fecha os olhos com a minha mão colada ao seu peito, para ficar amarrado à consciência, um bocadinho.
José Luís Peixoto na Feira do Livro de Miami, 2024
Há uma semana
Leyendo el texto se advierten preciosas melodías de fondo, sobre todo al final. Gran musicalidad.
ResponderExcluirY maravillosa ternura
Beijinhos
Ternura, es eso. Si te despiertan así, mirándote de puntillas subidos a tanto amor.. te derrites aunque sean las 4 de la mañana..
ResponderExcluirPues claro, y yo quiero ser Nico y que me canten agua del limonero, agua del limonero....con lo que me gusta!!!
ResponderExcluirPero qué suerte tienes, mi niña! (merecida, eh?).
Bjs
Pues sí. No creo que merezca tanta suerte, pero sí que es verdad que la tengo. Mil gracias y mil beijinhos.
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